
O mito é um modo de atribuir significado ao mundo. Desde as sociedades tribais até hoje, o mito é usado como uma barreira às ameaças físicas e psicológicas (ou ideológicas) que constantemente se contrapõem aos valores estabelecidos pela sociedade.
Os meios de comunicação de massa são os maiores criadores e propagadores de mitos no mundo globalizado. Os valores que estavam estabelecidos e sólidos na sociedade primitiva, com o progresso da globalização, foram contestados e muitos derrubados pela mídia. A configuração do mundo moderno nos mostra para quão distante a humanidade se afastou de Deus. Nossa liberdade está sendo bombardeada pelas inúmeras “ditaduras” que surgem num mundo onde se perdeu o censo crítico do correto. A ditadura da moda, por exemplo, criou mitos vistos como universais e “inquestionáveis” de como é o corpo perfeito, a vestimenta e comportamento perfeitos, que se não seguidos acarretam em uma parcial exclusão do círculo social. No entanto, há muitos mitos autênticos derivados das necessidades de propiciar o bem e afastar o mal e são exemplares. Interessante é a fantasia de que existe um “bicho papão” debaixo das camas das crianças que se comportam mal. Essa fantasia apesar de ser vista como um mito maldoso, pois assusta as crianças, promove um bom comportamento nelas. O mito é fundado no desejo de segurança, que permite ao ser humano criar fantasias que o tranquilizam.
Porém há aqueles que dizem que o mito não pode ser considerado como outra forma de ver a realidade, doutrina defendida pelos positivistas, que alegam que a razão é o único critério válido para se chegar ao conhecimento. No entanto, eles não atentaram para o fato de que a própria ciência pode virar um mito, à medida que ela se constitui a margem da sociedade e de seus interesses.
Concluindo, a ciência é importante e necessária para o entendimento do mundo, porém, não oferece a única interpretação do real. Negar o mito é negar uma das expressões mais fundamentais da existência humana.
Marília Gomes Pachêco
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